Eu tento achar um jeito menos clichê pra descrever isso, mas não dá. To mesmo ouvindo os ponteiros do relógio se moverem, me martelando. Não consigo mais entender se o tempo tá passando muito lentamente, ou rápido demais. Porque as coisas aqui acontecem com mais velocidade do que meus olhos podem acompanhar, mas o relógio parece estar em câmera lenta... Uma ampulheta preguiçosa, de hábitos letárgicos.
Mil mudanças que acontecem por dentro, e nada muda. E não é como aqueles sonhos que você corre e corre em desespero, mas não sai do canto. É como um sonho também, mas você corre muito e tão rápido, e de repente vê que não há nada à sua frente. E nós nunca sabemos o que fazer quando temos o nada nas mãos. Nunca sabemos como pisar onde não tem chão.
E nem dá pra pedir pro tempo ir mais depressa ou mais devagar. Seria como esperar que uma centopéia voe ou que um pássaro dê passos lentos e permaneça no chão.
2 comentários:
Relógios são a decoração domestica da angustia. Mas, eu entendo... é como os fios que sustentam alguma coisa...e o desespero que vc sente quando os ouve partir, um a um... a antecipação... a dor da angustia antes mesmo da queda...
Deyse, torço pra que essa angustia passe...sempre tem chão a frente, lembra disso e amanhã tem sol ( to escrevendo pra nós duas)
Beijos e ótima semana
Me senti as vezes, com uma sensação estúpida de ver tudo a minha volta se movendo como um filme acelerado.
"Desarme a bomba" dizia uma voz "voce tem pouco tempo." E, engraçado, isso era o que mais me acalmava...
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