quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Com quantos quases se faz uma Deyse?

Tenho uma paixão especial pelas coisas que quase foram. São minhas melhores lembranças. São a nostalgia que eu gosto de ter. Tenho uma lista de coisas que eu sei fazer pela metade, e coisas que quase fiz.
Às vezes, chamo isso de mediocridade. Tenho medo de ser "quase-alguém", de nunca ser completamente "alguma coisa"... Qualquer coisa. Talvez eu seja medíocre mesmo. Ou talvez eu seja só uma criança enlouquecida que olha pro mundo em volta e vê brinquedos demais, sem saber com qual brincar primeiro. Mas antes que venham meus devaneios de me comparar com coisas de criança, vou explicar: eu não sei terminar as coisas. Sou cheia de "quases", de meio-isso, meio-aquilo. Parece que essa é minha vocação.
Por um tempo - breve demais pra eu lembrar de uma música sequer - fiz aulas de flauta doce. Já fiz aulas de desenho, por uns dois meses - até eu decidir que dormir a tarde era mais importante do que ir pra escola de arte (não, eu não tenho orgulho da minha preguiça). Seguindo meu lado musical, cujo talento é ínfimo, eu quis fazer aulas de violino - não durou mais que o suficiente pra aprender a segurar o violino com o ombro. Depois, mais recentemente, veio a vontade de ballet. Em um mês de aula, meia-ponta e meia-abertura foi o mais longe que eu pude ir. Meu último item, violão. Até hoje, minha paixão. Aliás, meu amor platônico: não sei tocar mais que uma única música com 3 acordes naturais. As aulas de violão, eu pretendo tirar do "quase". A lista não pára por aí.
Pensando nesses meus "quases", decidi fazer um ensaio fotográfico com algumas das coisas que eu semi-fiz. E meu semi-irmão, Alexandre Noronha, topou fazer as fotos comigo. Valeu, Cambs. Ficaram muito boas mesmo! Amei. E agora te devo meu amor eterno, o que, odeio admitir, eu já te devia antes mesmo do ensaio.
Aí estão:

Quase-flautista

Quase-desenhista

Quase-violinista

Quase-bailarina

Quase-violonista

"Quase pode ser a derrota
A impotência, a estrada torta
Pode não acontecer nada
Como nadar, nadar e morrer na praia
Quase chega sempre atrasado
Ele não vence, não é exato
É patético, é lamentável
É a desculpa dos fracassados"

14 comentários:

Alexandre Noronha disse...

Oooount, fiquei quase emocionado. Te amo às vezes também, vice?!

Mandou bem no texto, dona. Ficou maaassa.. combina com as fotos. hahaha!

Beijão, quase-irmã!
Ah, tem uma coisa que não é quase: é totalmente fofurinawas da minha vida.

V disse...

muitooo bommm.... só uma obs: tem que deixar de ficar no quase \o/ ashaushuaua

Lia Araújo disse...

Não vejo com " nada", ou fracasso ou mesmo mediocridade...

Aliás, nada de se chamar de medíocre, viu? Ia dizer que te admiro muito, mas, nesse momento é inveja mesmo, e desculpa, não é daquelas que as pessoas chama de branca.

Eim, lembrei de uma música do Pato Fu " Quase"

Beijos, Deyse! E lembra que : "Não terminar o livro é amor" [Carpinejar]

uma louca pela vida... disse...

Não seja tola...isso não é mediocridade é só um "QUASE-NÃO-SABE-O-QUE-FAZER"...
Você ainda não sentiu a necessidade de terminar os quases da sua vida, e quando estiver precisando e sair da sua area quase de conforto garanto que ira terminar um quase feito alguma coisa....se é que me entende...rsrsrsr
adoreeei o texto e as fotos ficaram lindissimas!

T. B. Costa disse...

Eu tbm tenho uma paixão especial pelos meus "quase"... lembra?! Quase fui uma bailarina de verdade, passei um bom tempo na sapatilha de ponta e tudo, mas antes teve o Jazz e o Sapateado. Quase aprendi inglês e espanhol. Pelo menos me formei na faculdade né?! E quase consegui um monte de empregos esse ano.. quase! Não acho que o "quase" nos torne medíocres, algumas coisas nessa vida são doces de mais para que possamos lhe dar um final adequado. Então simplesmente paramos, quando olhamos para trás lembramos só o quanto foi bom, sem fim, apenas como uma pausa, nos dá a ilusão de poder voltar um dia, mesmo sabendo que isso não vai acontecer. E outras coisas ainda são quase porque não chegou a hora, ainda estamos trilhando esse caminho. A vida é quase uma comédia não é amore mio?!


PS.: Dá pra ter uma idéia de quanto tempo estou na sua vida, lembro de quase todos os teus "quase". Huahuahauhauhauahu

Deyse, a Anna disse...

"Não acho que o "quase" nos torne medíocres, algumas coisas nessa vida são doces de mais para que possamos lhe dar um final adequado. Então simplesmente paramos, quando olhamos para trás lembramos só o quanto foi bom, sem fim, apenas como uma pausa, nos dá a ilusão de poder voltar um dia, mesmo sabendo que isso não vai acontecer."

Nane, minha Nane. Tu realmente sabe me ler nas entrelinhas... E sempre mexe comigo também! :*

Nathan Almeida disse...

confesso que gostei muito das fotos... e quero ver os outros desenhos!

Cinthia disse...

.' mas me diz o que seríamos sem os "quase" na viiida?? a vida seria tão cheia de sim sim ou não não...
mas os "quase" realmente típicos da Deyse... mas ela não é meu quase puLu.
xero.

Otis_Keener disse...

Picture fake detected!

Você tá sentada nessa foto da "quase-balarina" ... quase me enganou... kkkkkk entrando pro hall dos quase!

Mas foi boa a sacada da foto, engana os desapercebidos huauhaUHAuhaUH
;**

Veriana Ribeiro disse...

os quase momentos são sempre os melhores, então não subestime o poder do quase. é sempre mais gostosa. As fotos ficarem lindas. Gostei tanto do texto, que peguei o tema para escrever no meu blog. =)

Clara Alvarenga disse...

"Ou talvez eu seja só uma criança enluquecida que olha pro mundo em volta e vê brinquedos demais, sem saber com qual brinca primeiro."

Me identifiquei demais com essa frase. Não sou tão cheia de 'quases' assim, acho que sou pior, pois muitas coisas que eu queria fazer ou experimentar eu simplesmente não fiz. =( Gostei de ler seu post.. me fez pensar sobre isso novamente.

Beijosss

Nana and Dê disse...

Se eu nao tivesse vindo aki, jamais teria visto as ftus... NUSSAA! nao vou ler os textos... to mto sensivel hj ADIOS JuH

Taty N.S. disse...

Lindo texto, eu tenho uma paixão secreta pelos meus "quase" també. Nunca consigo terminar nadaaa. Mas eu gosto de aprender sozinha, no meu tempo, quando tiver ânimo. Eu amo desenhar, abandonei um tempo mas voltei...

Beijos!
Taty!
www.tatyns.blogspot.com

JANE IZAR disse...

Afinal a gente quase se conhece, levamos a vida toda tentando nos entender e muitas vezes quase conseguimos. O quase faz parte de nossas vidas, são coisas que simplesmente tem que ficar no quase mesmo. Bom talvez isso seja uma justificativa desesperada para justificar meus "quase".Parabéns pelo texto.