sexta-feira, 4 de maio de 2012

Soneto do maior amor

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.


Do Vinicius, é claro.

Um comentário:

Deyse, a Anna disse...

A quem se ofender com o fato de eu ter negritado partes de um poema, sinceramente... Me desculpe, mas eu não ligo. Leio sonetos com interpretação na voz, que é bem mais divertido, e foi por isso que o postei assim.

;)