Conheço bem os arrepios causados por frio. Arrepio de medo, de nervosismo, de preocupação, de vontade, de coragem. E o pior de todos: o de saudade. Aquele arrepio que dá quando pisca uma lembrança na mente, uma memória que estava guardada em algum lugar e a gente preferia que lá permanecesse. É um frisson não bem vindo e desencadeia outros. E sabe lá como fazê-los voltar àquela parte esquecida da memória.
"E o vento vai soprar
E levar embora minhas tristezas...
Suave, doce e melodiosa, a música veio-lhe, fazendo-a dormir profundamente, onde os pensamentos cessavam e onde os rostos que apareciam em sonhos tornavam-se esquecidos." Stephen King
Um comentário:
Ah... pense numa senhorinha digna de uma viagem interplanetária com passagem só de ida é essa tal de Saudade. A danada chega na minha porta sem avisar, faz um estrago, pensa que a casa é dela, não me deixa fazer nada direito e todo dia me promete que não vai mais voltar, e, de repente, sem eu esperar, ela dá o ar da graça...
Mas não se preocupe. Uma hora ela esquece o nosso endereço e entra na rua errada. Uma hora, ela se distrai com o sorveteiro da esquina e perde o fio da meada. Volta distraída pra casa, como se nada tivesse acontecido.
Aí, você vai dar risada quando lembrar da senhorinha sem modos que te visitava em um tempo distante.
Ela era, afinal, gente boa na essência. Tinha um bom coração a coitada.
Bjo
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