quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Maranata

E quando a gente quer ir embora do mundo sem dar tchau?
Sem deixar epitáfio nem funeral?
Não é melancólico não. Nem suicida.
É vontade de ir pro céu.
E pode ser de trem.
;)
Me cerca de perguntas. Sabe o que é tudo? É o que me pergunta. Aí, dentre tantas, resolvi responder uma. Sem que a resposta seja ouvida, é claro. Porque eu num sou besta, também.

_ O que tu quer?
_ Monte de coisas.
_ É? [Sério! É bem assim.]
_ É.
_ Exemplo?
_ Eu quero ser sozinha. E quero te ter perto.
Quero morar num lugar que tenha as quatro estações do ano, bem definidas. Sabe as folhas amareladas do outono que a gente vê nas fotos? Sabe a neve? Eu quero.
Quero saber o que eu vou ser quando crescer. Quero um bom emprego. E que ele se case com um bom hobby e tenha lindos filhos. Quero que minha família viva mais que eu. Que eu viva mais pra fazer algo de bom pela minha família. Quero uma rede pra espreguiçar, um livro pra cheirar, uma música pra dormir, um filme pra chorar, um episódio de série pra sorrir e fechar com chave de ouro.
Quero fazer faculdade de psicologia. Ficar longe de qualquer coisa que me lembre "Jornalismo". Quero fazer fotos por hobby. Por tudo e por nada. E não ter que explicar minhas fotos de seja-lá-o-que-for.
Quero esquecer quem eu serei. Guardar quem já fui. Ver o novo com olhos secos e água na boca. Escrever algumas coisas e não publicar nem metade. Aprender a dançar. Quero uma palheta nova pra tocar meu violão. Mas antes quero aprender alguns acordes. Os menores, por favor.
Quero distinguir o certo do errado. Decorar os caminhos errados sem precisar repeti-los. Contornar os atalhos, pra caminhar mais tempo e ir pensando. Inventar diálogos comigo mesma e brigar, gritar e, no final das contas, acabar me compreendendo, perdoando e fazendo as pazes.
Quero voltar à inocência. Quero escrever textos bons. Quero falar de amor sem doer. Aliás, quero nem amar quando dói. Quero ser de coração quieto e boca fechada. Quero ser influência boa sem perceber, sem fazer esforço.
Quero acordar e perceber que eu morri. Morrer pra perceber que vivi. Viver mais tempo viva. Quero ver como é o céu por dentro. Quero ir pra minha eterna casa. Ver meu Deus. Ficar perto do meu Pai, sabe? Que Ele me compreende. Sem nada perguntar.

Maranata.

5 comentários:

Deyse, a Anna disse...

Não sei se plagiei alguém nesse texto. Mas é possível.

Se reconhecerem algo, me avisem :)

Raphael Dimitri disse...

Deyse,
Seu blog é sensacional!
Parabéns, sou seu mais novo seguidor ;)

Lia Araújo disse...

"Quero falar de amor sem doer"
Quero isso também, Deyse!
A gente quer tanta coisa. Conseguiremos? As vezes, suicidar-se é bom... o problema é viver novamente pra morrer no dia seguinte.

Por mais que eu tente, minha alma sempre será outonal. =[

Eim, vi uma fotografia sua num blog e agora, vi aqui que você não quer explicar suas fotos. Quero ver,deixa?

Então, é isso... "Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas."


Bjos, Deyse!

P.S Acho que você escreve bons textos. E devo não ser a única que acha não.

Cinthia disse...

.' OMG o que eu ando fazendo que nao venho aqui mais vezes??
ta cada vez melhoor.

'Quero ver como é o céu por dentro. Quero ir pra minha eterna casa. Ver meu Deus. Ficar perto do meu Pai, sabe? Que Ele me compreende. Sem nada perguntar.'

ah como eu quero tbm..
tinhamapulU

Raphael Dimitri disse...

Senti saudade desse texto.
Saudade de vc.
Aqui foi onde tudo começou.
Talvez eu não seja melancólico, e nem suícida. Talvez tudo isso que sinto seja apenas meu intenso desejo de ir pro céu.

Agora, uma saudade enorme de vc.
Beijo em ti.
=****