terça-feira, 20 de julho de 2010

E quando o tempo não volta?

Tenho saudades da minha inocência. Saudade de achar que o mundo se resume a pirulitos e doces. Queria ter de volta alguns sonhos. Queria sentir de novo aquele total desinteresse por ter os pés no chão. E a teimosia de nunca descer da minha nuvem cor-de-rosa. Queria ter de volta a inocência de sentir amor sem saber, sem doer. Queria acreditar de novo (com tudo que tenho) que há um príncipe lá fora. E ele é perfeito. E ele vem me buscar. Num cavalo branco. E vai me amar pra sempre, sem que esse "pra sempre" acabe no dia/mês/ano seguinte.
Queria acreditar outra vez em amores de novela mexicana, que amam com toda a alma, e não cansam de falar "meu amor" ao final de cada frase. E não cansam de ser. Só se dão mais ainda, e por mais que doa, o final é doce e todos sorriem/casam/têm bebês. Porque, por mais falido que seja o amor, não há nada que uma novela mexicana não resolva!
Mas enquanto o tempo não volta e traz minha inocência, vou aprendendo que amores falidos doem no começo. No final, doem mais um pouco. E sempre vai ter uma dorzinha escondida em algum lugar. Nem que seja só pra te lembrar que existiu amor. Ou pra te dar saudades da inocência de não amar.

O amor é uma dor
É um tédio sem remédio
Que nem um prédio desabando
Assim sigo te amando

[Nem sei direito, mas me contaram que é de uma propaganda antiga e eu gravei]

4 comentários:

Anônimo disse...

"E sempre vai ter uma dorzinha escondida em algum lugar. Nem que seja só pra te lembrar que existiu amor. Ou pra te dar saudades da inocência de não amar"

É verdade

Obrigado pela visita!

;]

Lia Araújo disse...

Saudosista hoje, Deyse?
As vezes, bate isso!
Será que eu amor falido é melhor que eu amor contrariado?
O falido deve ter existido realização em alguma parte do caminho, o falido poderia ter dado certo? O contrariado nasceu fadado ao fracasso, é natimorto. Vc saudosista! E eu, fatalista.
Olhas as desajustadas!
Feliz dia do Amigo, pra vc tb! \a/
Adorei o poeminha, de que propaganda?

bjos

T. B. Costa disse...

Aiai... amor de novela mexicana, amor de romance de banca de revista... meus romances prediletos em td o mundo! Tão fofos, tão profundos... a vida na real é tão mais... realista.. Saudade dessa inocência aê tbm! Beijos Dê

Clara Alvarenga disse...

Muito bom seu texto... e adorei a definição das novela mexicanas. De fato, o amor maravilhoso existe lá. =)

Inocência faz falta mesmo... É tanta coisa que muda depois que amadurecemos né? Às coisas antes simples se tornam complicadas até demais. Lembro que quando era criança eu gostava de coleguinha da escola. Aquele amor sem nem pensar. Simplesmente por amar, sem doer como você disse. Bem diferente do que pensamos hoje.

Gosto de você. E vamos nos apoiando. Pode contar comigo. ;)

bjo grande =***