sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sobre o "Mas, mãe..." e outras desculpas

Sinto pontadas de vergonha alheia quando ouço desculpas de alunos/filhos/empregados para professores/pais/patrões. As justificativas são, na maioria das vezes, descaradas. É o típico "Mas, mãe..." que as crianças geralmente dizem quando são apanhadas fazendo bagunça, brincando na hora errada, brigando com os irmãos, em falta com o dever de casa. Eu já fiz muito isso. Mas, com o tempo, a gente aprende. Estou nesse processo, então também falo por experiência própria.

Quando não faço um trabalho da faculdade, controlo a boca pra não despejar desculpas que eu sei que são esfarrapadas. Hoje, se eu sei que fui irresponsável mesmo, prefiro ficar calada a inventar obstáculos absurdos. Ou se não termino um trabalho no prazo determinado, o meu chefe sabe muito bem que é porque "é um serviço que não é da tua área e você nem gosta de fazer né, Anna?". Sou descarada e falo mesmo, mas não no sentido de arranjar desculpas, mas no sentido de admitir o que eu posso ou não posso fazer.

O que algumas pessoas parecem não entender é que todo mundo tem problemas. Não são só elas que andam de moto [e por isso não saem de casa na chuva], moram longe do trabalho [por isso se atrasam], trabalham o dia todo [por isso não tem tempo pra estudar/fazer os trabalhos de aula], pegam gripe/tosse/febre ou seja lá que doença [por isso não cumprem os prazos estabelecidos no emprego], enfim... se você sabe fazer e não faz, não invente mil "Mas, mãe/pai/chefinho/professora...". Simplesmente admita e conserte. Porque uma hora suas desculpas acabam e você fica com cara de tacho. E tachado de incompetente.

A diferença entre quem dá desculpas e "os outros" é que "os outros" conseguem se virar pra fazer tarefas/obedecer aos pais/cumprir prazos ou metas mesmo que tenham vários empecilhos à frente.

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