sábado, 9 de junho de 2012

Antítese

Todo dia tenho o trabalho hercúleo de não surtar. Tento manter nas entrelinhas ou no silêncio minha vontade de te esganar às vezes. E não, eu não acho que isso diminui em nada o que sinto por ti. Na verdade, acho mais saudável cometer pequenos homicídios na minha mente do que um dia explodir essa sede psicopata no mundo real. Mas, nos últimos dias, tenho me agarrado firmemente às tentativas de paciência. Muito mais comigo mesma do que contigo, óbvio.
Tu faz valer a pena minha odisseia de mudar esse meu lado besta, que é campeão mundial em "começar brigas a partir de diálogos simples", e em "reclamar de tudo até quando não tenho do que reclamar". Torna fácil te amar, mesmo se a gente não estiver se gostando no momento. Paradoxo? Paradoxo é dizer que queria passar muito mais tempo comigo e depois ficar com aquela pressa de quem comeu demais e tá doido pra chegar em casa pra desabotoar a calça. Paradoxo é dizer que posso escolher onde vamos comer e depois fazer tua melhor cara espremida de por-favor-não quando eu faço minha melhor cara de pedinte-de-sushi. Paradoxo, eu digo! Ou seria antítese? Não sei mais.
Mas a maior ideia contrária a todas as expectativas se chama "nós". Nós e essa minha vontade súbita de deixar de ser chata, mesmo sabendo que tu conhece todas as minhas chatices de cor. Nós e essa estranha associação que eu faço de nós, sentados em algum banco de praça por aí toda vez que ouço aquela bendita música do Djavan, em dias frios ou não. Eu, lendo um livro que seguro com a mão esquerda, e te fazendo cafuné com a mão direita; tu, quase ronronando no meu colo, como sempre, querendo dormir.
Nossa antítese daria uma boa fotografia.

Um comentário:

Jairo Felipe disse...

onw *-*, in love, novamente?!
Gosto de antíteses, acho que se encaixam melhor, apesar da aparente contradição, têm muito em comum! Porque comparar o que não se têm é melhor que discordar do que se têm em comum. Entendeu(rs)? Bjus, saudades!